Porquê este blogue?

Num tempo muito inquietante, marcado por uma forte ofensiva ideológica, com a qual os média dominantes fazem chegar todos os dias a milhões de pessoas a desinformação organizada com o objectivo de servir e defender os interesses do grande capital, a leitura e divulgação de informação progressista e revolucionária é crucial para todos os que assumem como referência maior os valores e ideais de ABRIL!

A LUTA CONTINUA!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

VISITA DO DEPUTADO DO PCP A LAGOS


Visita do deputado do PCP Paulo Sá
 a Lagos
                                                                           
Na segunda feira, dia 20 de janeiro, o deputado do PCP Paulo Sá, eleito pelo Algarve, deslocou-se a Lagos onde, acompanhado pelo vereador da Câmara Municipal de Lagos Luís Reis e por membros da Comissão Concelhia de Lagos do PCP, teve encontros no Centro de Assistência Social Lucinda Anino dos Santos, no Laboratório de Actividades Criativas, na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagos, na Electrolagos e na Docapesca.
   No Centro de Assistência Social Lucinda Anino dos Santos (CASLAS) foi-nos comunicada a situação difícil em que se encontra esta IPSS. Na Creche e no Jardim de Infância são cada vez mais os pais que não conseguem cumprir com os seus compromissos, devido à situação criada pela política de austeridade do Governo PSD/CDS. Se não houver reforço da verba da Segurança Social a continuação do número de turmas fica comprometida, levando a despedimentos de pessoal. No Lar de Jovens têm dificuldade em responder correta e atempadamente às necessidades dos menores a seu cargo que se inserem nas tipologias de risco/perigo. Não há em Lagos, e por vezes em Portimão, médicos psiquiatras e pediatras que possam intervir em casos de urgência. A Casa de Santo Amaro tem uma capacidade instalada para 40 pessoas com deficiência motora, mas só tem 30 utentes (apesar de ter lista de espera) porque o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social não assina um novo protocolo que permita o aumento do número de lugares. Infelizmente, este é um exemplo do Estado mínimo que o PSD e o CDS querem impor no nosso país.
O Estado deve ser o responsável pela salvaguarda da qualidade de vida destas pessoas, mas este governo de direita não permite que elas possam viver condignamente numa instituição com lugares para as acolher.
   O Laboratório de Actividades Criativas (LAC) encontra-se neste momento a desenvolver uma série de atividades, nomeadamente: “Artur” - que tem dotado as paredes degradadas de Lagos de pinturas murais, “Kick In The Eye”, “Eletrolegos”, “Pralac” e formação nas várias vertentes artísticas associadas. Estas atividades foram potenciadas após terem ganho um concurso bianual da DGArtes, mas a falta de estratégia cultural, tanto do Governo (para quem à cultura bastam uns tostões e um Secretário de Estado dependente de Passos Coelho) como da Câmara PS, que reprovou a criação de um Fórum da Cultura porque tem medo de não o poder instrumentalizar.
   À tarde a delegação do PCP encontrou-se com responsáveis da Electrolagos, cooperativa em processo de insolvência. Fomos recebidos nas instalações no Chinicato onde pudemos constatar a capacidade tecnológica de inovação e autossuficiência energética do edifício. Este é o exemplo completo do que a política errada do PSD e CDS, iniciada pelo PS, é capaz de fazer à economia do nosso país. Uma empresa que já teve 150 trabalhadores e faturava mais de 20 milhões de euros por ano, com saber, capacidade de realização e alvarás para grandes obras, teve de recorrer à insolvência e ficou reduzida a 20 pessoas. Obras do Parque Escolar e EN125 paradas, clientes particulares que não pagam e uma economia paralisada pelo desinvestimento. O Estado, controlado pelo arco da desgovernação, resolveu gastar milhares de milhões com bancos falidos e apoios às grandes empresas empregadoras dos seus militantes, em vez de apostar no desenvolvimento da produção nacional e no apoio às pequenas e médias empresas, verdadeiro motor da economia nacional.
   Na visita à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagos, constatámos que os Bombeiros têm que atuar sem os meios apropriados: viaturas com idades incríveis, meios de proteção individual gastos e condições de aquartelamento insuficientes. Os pagamentos do INEM, que só fornece uma viatura, não cobrem a totalidade das despesas e para atender às mais de 3 mil ocorrências do ano passado os Bombeiros tiveram que usar as duas ambulâncias próprias. O Ministério da Administração Interna do governo PSD/CDS faz transferências de dinheiro para o combate aos fogos por escalão das corporações de Bombeiros e, mesmo depois das lamentáveis mortes do ano passado, não substitui um carro de fogo com 30 anos e não fornece equipamento de proteção individual adequado. O dinheiro em falta vem de meios próprios (transporte de doentes e empresa de extintores), do orçamento da Câmara Municipal de Lagos e das iniciativas dos Bombeiros. Aqueles que nos socorrem em momentos desesperados devem ter o melhor apoio para não correrem mais riscos dos que os inerentes à sua atividade.
   No encontro com a Diretora da Delegação de Sul da Docapesca colocamos questões relativas às faltas de condições de descarga do pescado, à falta de higiene da área envolvente à lota e a informações sobre um possível encerramento da Lota de Lagos. Foi-nos respondido que houve melhoramentos e que existe um projeto para melhorar a lota se não for construída uma nova. A ideia da eventual construção de uma nova lota faz temer o avanço da Marina para o espaço agora utilizado pelos barcos de pesca. Não temos nada contra a existência de marinas, mas a pesca, uma mais-valia local e nacional, deve ser protegida e desenvolvida porque cria emprego e riqueza distribuída por muitos, bem como é uma atividade económica que diminui a importação de peixe. A Câmara PS não deve apostar todo o desenvolvimento económico no turismo e o Governo PSD/CDS não pode aniquilar a produção nacional, como tem sido e é a sua atuação.

Lagos, 27 de janeiro de 2014
A Comissão Concelhia de Lagos do PCP

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

COMÍCIO EM FARO

Comício em Faro 
com a presença de Jerónimo de Sousa 
Secretário Geral do PCP

                                             
Há autocarro de Lagos
Contacto 966515203

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

COMUNICADO DA COMISSÃO CONCELHIA

Comunicado
                                           
Acontecimentos dos ultimos dias, em que por falta de médicos, houve doentes no Hospital de Lagos que tiveram esperas de atendimento nas urgências que chegaram a 13 horas, revelam o crescente agravamento das condições nos serviços de saúde deste Hospital que serve as populações não só de Lagos como também dos Concelhos vizinhos de Vila do Bispo e Aljezur.

Os problemas destas populações, e dos trabalhadores do Hospital, são o resultado da politica deste governo PSD/CDS, cujo indiscutível objectivo é a destruição do Serviço Nacional de Saude, como tem sido denunciado publicamente pelo PCP.
A realidade é que os doentes daqueles Concelhos encontram situações de atendimento e tratamento cada vez piores, sendo enviados para Faro para valências e especialidades que, sem razão e em prejuízo do publico, foram retiradas de Lagos e de Portimão.

Além das dificuldades e problemas relacionados com a falta de profissionais e de retirada de serviços nos Hospitais, acresce ainda  ser cada vez pior a situação de carências de material médico e cirúrgico e de medicamentos, nomeadamente para doentes crónicos e oncológicos, havendo até envio de doentes para exames de diagnóstico em Sevilha.

O PCP chama a atenção e apela a que as populações e as autarquias locais protestem contra esta situação e exijam que seja reposto o Serviço Nacional de Saude a funcionar com eficácia, com as devidas condições de trabalho para todos os profissionais de saúde, com o cumprimento da Constituição da Republica e, como objectivo principal, com o devido respeito pela saúde das populações.

A Comissão Concelhia de Lagos do PCP


Lagos, 13.Janeiro.2014

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

ELEITOS CDU EM LAGOS




A CDU dá a conhecer os seus eleitos nos órgãos autárquicos do Município de Lagos, para o mandato 2013/2017:
                                        

Câmara Municipal-                      Luís Reis


                          
Assembleia Municipal-                José Manuel Freire,

                                                     Celso Costa
                                                                  e Ana Paula Viana

                       
Assembleia de Freguesia Lagos- Mário Bravo e Aníbal Leal

                     
Assembleia de Freguesia Luz-     Maria Antónia Candeias

                     
Assembleia de Freguesia Bensafrim e Barão de S. João-
                                                    -António Jerónimo


                    
   O importante e significativo aumento da votação e dos mandatos obtidos pela CDU, atingindo a média de 13,4% dos votantes e obtendo 8 mandatos, representa a confiança que a população tem no trabalho, honestidade e competência dos eleitos CDU.

   Igualmente foi assim manifestado o reconhecimento da permanente atividade da CDU na promoção e defesa dos direitos dos munícipes e dos reais interesses do Município de Lagos.

A CDU afirma que prosseguirá a sua atividade na defesa dos Ideais de Abril, cumprindo o programa apresentado,
HONRANDO A CONFIANÇA DA POPULAÇÃO.


domingo, 29 de dezembro de 2013

MENSAGEM DE ANO NOVO DE JERÓNIMO DE SOUSA



Mensagem de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral        

Mensagem de Ano Novo de Jerónimo de Sousa

                                  

Num momento em que o governo executa uma política destrutiva, de confisco de salários, reformas e pensões, de ataques a direitos fundamentais, Jerónimo de Sousa deixa na sua mensagem de Ano Novo, «uma palavra de confiança, de esperança, dessa esperança que não fica à espera, que ganha nova dimensão com a luta dos trabalhadores e do povo».

O Secretário-Geral do PCP destaca que em 2014 se assinala «o ano 40 da Revolução de Abril, desse Abril que se transformou no acto e no processo mais avançado da nossa história contemporânea», e reafirma o compromisso de que «o PCP, nas horas boas e nas horas más, estará do lado certo, do lado dos trabalhadores e do povo português».

sábado, 14 de dezembro de 2013

JORNADAS PARLAMENTARES DO PCP NO ALGARVE




CONCLUSÕES DAS VISITAS E REUNIÕES EFECTUADAS NO AMBITO DAS JORNADAS PARLAMENTARES DO PCP
                                
FARO, 2 e 3 DE DEZEMBRO

O direto com a realidade, com as instituições e as populações são uma das características do trabalho do Grupo Parlamentar do PCP e estiveram bem presentes nas Jornadas Parlamentares realizadas aqui, no Algarve. A atividade económica mereceu a nossa especial atenção, procurando ter uma visão abrangente, incorporando a atividade agrícola, piscatória, turismo, indústria naval e transportes.

A recente iniciativa do Governo de promover a desclassificação de zonas de produção de moluscos bivalves, na Ria Formosa e em diversas outras zonas estuarino-lagunares e litorais do país, criou uma situação dramática para muitos milhares de mariscadores e viveiristas que, de um dia para o outro, veem a sua atividade seriamente comprometida. A classificação de extensas áreas da Ria Formosa como zonas de produção de bivalves de nível B ou C implicará um imediato aumento dos custos de produção, insustentável para muitos mariscadores e viveiristas, que, desse modo, se verão forçados a abandonar a sua atividade. Tal situação, além dos óbvios prejuízos para a economia regional, privará milhares de mariscadores e viveiristas e respetivas famílias do seu ganha-pão. Esta é uma situação inaceitável, quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista económico, resultante da inação de sucessivos governos do PS ou do PSD/CDS que foram adiando os investimentos necessários à promoção do imenso potencial económico da Ria Formosa.

Em reunião com citricultores em S. Bartolomeu de Messines, foram colocados um conjunto importante de problemas que afetam o setor. Problemas que envolvem os custos de produção, em que o aumento da eletricidade e do IVA da mesma oneram grandemente as explorações, custos que nalguns casos duplicaram em relação a 2009. Aos custos da eletricidade acresce a cobrança da contribuição audiovisual associada a cada contrato (há agricultores com mais de dez contratos), em que as isenções legalmente previstas e concedidas não são reconhecidas pela EDP.

O escoamento da produção de citrinos faz-se essencialmente para a grande distribuição que continua a asfixiar os produtores nos preços e nos prazos de pagamento, problemas velhos que não se resolveram com a Plataforma de Acompanhamento das Relações da Cadeia Agroalimentar (PARCA). A transformação também não se revela uma solução viável. A entrega de citrinos para a produção de concentrados é paga a 7 cêntimos a laranja e a 1 cêntimo a clementina, muito inferiores aos custos do aterro. Assim, a transformação joga com os valores pagos pelos produtores para entrega dos citrinos em aterro, o que faz com que lhe compense vender a muito baixo custo.

Há preocupações sobre o acesso à terra, existindo interesse em investir em terras abandonadas cujos proprietários não querem vender ou arrendar. Esta situação não tem qualquer solução através da Bolsa de Terras, uma vez que não existem incentivos/imposições à disponibilização em bolsa de terra abandonadas.

Foi ainda transmitida a preocupação com a Lei que estabelece a titularidade dos recursos hídricos, que pode retirar aos pequenos agricultores da Serra, a estreita faixa de margem dos cursos de água que utilizam para fazer agricultura.

O encontro com a Entidade Regional de Turismo do Algarve veio confirmar os alertas e preocupações do PCP quanto às políticas que têm sido seguidas nesta área. A ausência de uma verdadeira estratégia de desenvolvimento integrado, de articulação entre os agentes do sector para a qualificação da oferta e sua promoção, só vem agravar os problemas do caráter sazonal da atividade. A quebra da procura interna, resultante da perda do poder de compra na população portuguesa e da degradação dos seus direitos e condições de vida, retira ao sector do turismo uma importantíssima base do seu potencial de desenvolvimento. Por outro lado, o abandono a que a TAP tem votado este destino, reduzindo-o apenas à ligação a Lisboa, acentua a dependência do Algarve face às companhias “low cost”, que exigem apoios públicos cada vez maiores. Ao manter a 23% o IVA na restauração e bebidas, ao manter as portagens na Via do Infante e o estado de degradação da EN-125, ao acentuar a asfixia financeira às autarquias (com destaque para os territórios que são confrontados com as maiores exigências e pressões populacionais na época alta), ao prosseguir com uma política ruinosa e penalizadora para a Região e o País, o Governo agrava as perspetivas de um Algarve mais dependente, mais vulnerável, mais marcado pela precariedade e o desemprego.

Em visita aos Estaleiros da Empresa Nautiber confirmaram-se os efeitos negativos da dependência extrema que a economia regional tem da monoatividade turística desligada de atividades produtivas a montante, nomeadamente a pesca. O fim dos apoios à renovação da frota pesqueira, concentrando-os na modernização de motorizações e equipamentos eletrónicos conduz a que, na prática, os fundos comunitários dirigidos ao sector das pescas em Portugal seja transferido para os grandes grupos económicos dos principais países do centro e norte da Europa. Apesar de a empresa continuar a laboral, apostando na diferenciação da produção, a crise económica e a destruição do sector produtivo nacional tem intensificado a degradação da construção e reparação naval. A realidade vivida por esta pequena e média empresa da construção naval demonstra a necessidade de uma política de desenvolvimento dos sectores produtivos, não discriminando as pequenas e médias empresas nacionais através do investimento público, nomeadamente na aquisição de meios navais encomendados à indústria naval nacional.

Na visita ao Porto Comercial de Portimão verificou-se uma grande identificação com a proposta do PCP, nomeadamente sobre a administração dos portos do Algarve e o investimento nos portos, designadamente de Portimão e Faro. Foram evidenciadas reservas quanto ao modelo de administração defendido por este Governo e preocupações quanto ao papel dos portos comerciais de Portimão, Faro e Vila Real de Santo António neste contexto. Numa situação de falta de financiamento que se tem vindo a agravar ao longo de 2013 os trabalhadores portuários estão preocupados, receando que a separação das atividades portuárias comerciais, das de recreio e das pescas, torne difícil o seu enquadramento profissional e até a salvaguarda dos seus postos de trabalho, prejudicando os seus direitos e o eficaz funcionamento da operação portuária. Face ao anúncio pelo Governo de um investimento de 10 milhões de euros no porto de Portimão e 4 milhões no porto de Faro, no seguimento das propostas apresentadas pelo PCP, torna-se indispensável que seja calendarizado o compromisso de efetivação desses investimentos.

Na reunião com a Refer, foi apurado, que na falta de uma política de desenvolvimento da linha ferroviária do Algarve, a Refer, nos últimos 4 anos optou por uma ação de substituição de equipamentos e melhoramento de sistemas de apoio, ramal a ramal. Foi afirmada pelo PCP a opção estratégica da valorização da ferrovia e a importância da eletrificação da linha ferroviária do Algarve, em toda a sua extensão, com possibilidade técnica dessa operação ser efetuada por fases. Reafirmada a perspetiva da duplicação da via face às necessidades futuras, que em alguns troços como por exemplo Tavira ou Olhão/Faro pode ser mais urgente, ficou claro que a atual linha ferroviária tem condições e disponibilidade suficiente, no imediato, para aumentar a frequência da circulação, garantir a ligação direta entre Lagos e Vila Real de Santo António e melhorar de forma mais geral o serviço de transporte ferroviário.

A sessão pública realizada na sede da Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines sobre os serviços públicos permitiu auscultar vários testemunhos que manifestaram preocupação com a desertificação do território, que a escassos quilómetros da costa sofre de todos os problemas da interioridade. Foram referidos exemplos de uma estação dos CTT entregue a um florista e da falta de transportes ferroviários e rodoviários, que coloca as populações numa grave situação de isolamento.

No encontro com a Comissão de Trabalhadores da ANA Aeroportos ficaram patentes as preocupações quanto ao futuro dos trabalhadores da empresa e do Aeroporto de Faro. Depois do desmantelamento da Escala de Faro na TAP, depois da privatização da gestora aeroportuária, subsistem as incertezas e ameaças de uma reestruturação não assumida, do aprofundamento das estratégias de “externalização” e abandono de serviços e áreas de intervenção, cortando postos de trabalho, numa linha de favorecimento de interesses privados à custa dos trabalhadores e do interesse nacional.

Destacamos ainda as questões que se colocam no âmbito dos direitos dos trabalhadores, da saúde e da educação.

Aos problemas económicos próprios da região (afunilamento da economia no sector do turismo) acrescem todos os problemas nacionais. Degradação económica e social, elevado desemprego, desregulação dos horários de trabalho, salários em atraso, salários abaixo da média nacional e a baixar, encerramento de empresas, precariedade e encerramento de serviços públicos marcam a região.

É visível na região do Algarve o processo de concentração da riqueza que tira cada vez mais riqueza a quem a produz para a entregar a meia dúzia de grupos económicos. A título de exemplo no sector do turismo, as dormidas e os lucros aumentam mas a exploração agrava-se por via da precariedade, do desemprego e pela desregulação e aumento da jornada de trabalho.

Na reunião com o Executivo Municipal de Silves, onde estiveram representados, para além da Presidente da Câmara (CDU), vereadores da CDU, do PS e do PSD, foi manifestado o apreço pela realização das Jornadas Parlamentares do PCP no Algarve e foi dado conta da preocupação dos autarcas de Silves com a degradação das condições de prestação de cuidados de saúde que se tem verificado no Hospital do Barlavento Algarvio.

Do encontro com o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve sublinham-se os problemas relacionados com o subfinanciamento crónico, que impede a realização de alguns investimentos, nomeadamente na aquisição de equipamentos para a realização de meios complementares de diagnóstico e terapêutica; a carência de profissionais de saúde, nomeadamente de médicos (mais grave nas especialidades de obstetrícia, pediatria, anestesiologia, oftalmologia, ortopedia e otorrinolaringologia), enfermeiros e assistentes operacionais (faltam 80 enfermeiros e 60 assistentes operacionais); o recurso à subcontratação de profissionais através de empresas de trabalho temporário, designadamente para assegurar serviços de urgências; e os impactos da criação do Centro Hospital do Algarve na acessibilidade dos utentes à saúde, avolumando-se as preocupações quanto à manutenção das valências e serviços do Hospital de Portimão, tendo em conta as deslocações de médicos entre unidades hospitalares.

Não se conhece nenhum plano concreto sobre a reorganização de serviços decorrente da criação do Centro Hospitalar do Algarve, o que está a gerar uma grande instabilidade junto dos profissionais de saúde e dos utentes. A construção do Hospital Central do Algarve assume neste contexto uma grande importância no reforço da prestação dos cuidados de saúde às populações, de qualidade e no tempo adequado. Apesar de ter sido considerado um investimento prioritário pelo Governo, não existe um programa de execução.

A realidade do Centro de Saúde de Vila Real de Santo António, pese embora as especificidades e particularidades, não é alheia à realidade que é vivida pelos cuidados de saúde primários, nomeadamente a falta de profissionais de saúde, nomeadamente, assistentes técnicos e operacionais e técnicos de saúde, como fisioterapeutas - existe apenas um na unidade de cuidados na comunidade – e a insuficiência das instalações decorrentes de problemas existentes há vários anos e nunca solucionados, sendo por isso necessário obras de remodelação/ requalificação do edifício. Constatámos também a dificuldade de articulação entre os cuidados de saúde de primários e os cuidados hospitalares, evidenciado no número de utentes em lista de espera para a primeira consulta.

No tocante ao Serviço de Urgência Básica (SUB) de Vila Real de Santo António há notícias que dão conta do possível encerramento deste serviço, embora não haja conhecimento oficial dessa intenção. No passado, foi a luta dos profissionais de saúde e das populações que impediram o encerramento do SUB como estava previsto. Nem a Administração Regional de Saúde do Algarve, nem o Centro Hospitalar do Algarve assumem a tutela da SUB, procurando empurrar responsabilidades entre si, em prejuízo das populações.

O PCP continuará a exigir o financiamento necessário para que o Serviço Nacional de Saúde seja dotado de recursos materiais e humanos que permitam a prestação de cuidados de saúde com qualidade.

O subfinanciamento crónico agravado pelos cortes recentes nas transferências do Orçamento do Estado para a Universidade do Algarve, constituem a maior constrangimento ao seu desenvolvimento, colocando em causa o normal funcionamento da instituição e comprometendo o seu futuro. A asfixia financeira da Universidade do Algarve tem efeitos na degradação da qualidade pedagógica, na gestão corrente, nas condições de trabalho e vínculos laborais dos seus funcionários docentes e não docentes, assim como nos apoios sociais indiretos aos estudantes, agravando as taxas de abandono escolar. O PCP continuará a exigir do Governo o financiamento que responda às necessidades específicas de funcionamento, investimento e desenvolvimento da Universidade do Algarve.

Na visita à Escola Secundária João de Deus em Faro comprovámos, uma vez mais, o efeito das políticas de destruição da escola pública levadas a cabo pelo Governo. Dum enorme conjunto de preocupações assinaladas pela Direção da Escola, salientam-se a constituição de mega agrupamentos e as consequências para o funcionamento das escolas, falta de pessoal não docente e o recurso aos contratos emprego inserção para responder a necessidades permanentes, agravando a precarização das relações laborais.

Esta escola representa um exemplo das críticas que o PCP tem apontado ao processo de requalificação efetuado pela Empresa Parque Escolar, quer na fase inicial de conceção do projeto, quer agora nesta fase, devido ao atraso nas obras. Com um prazo inicialmente previsto de 18 meses, passados 4 anos não existe neste momento a certeza do prazo de conclusão das obras. As aulas decorrem em contentores onde chove; a cantina não tem capacidade de resposta; não há sala de convívio e há problemas de climatização, enfim, é uma escola que pode equiparar-se a um estaleiro de obras. O PCP exige que o Governo PSD/CDS tome as medidas necessárias para a conclusão imediata das obras.

Na reunião com o Agrupamento de Escolas Paula Nogueira (Olhão), onde existem duas unidades de multideficiência e surdo cegueira, confirmámos os impactos gravíssimos da redução dos apoios humanos e materiais no apoio a todos os alunos, e em particular aos alunos com necessidades educativas especiais. Este Agrupamento integra 170 alunos com necessidades educativas especiais. A redução do número de professores de educação especial impediu o funcionamento a tempo inteiro da unidade, e até 30 de novembro muitas crianças foram mesmo obrigadas a ficar em casa. Ao não assegurar o número necessário de professores de educação especial, funcionários, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas da fala o Governo PSD/CDS nega condições de inclusão e aprendizagem. O recurso ilegal à precariedade para necessidades permanentes das escolas é inaceitável e coloca em causa a Escola Pública Inclusiva para todos.

No Conservatório Regional de Vila Real de Santo António, verificámos uma situação de extrema dificuldade por parte da escola para cumprir a sua missão no âmbito do Ensino Especializado da Música. A escola tem sofrido o atraso das transferências correspondentes ao Contrato de Patrocínio com o Ministério da Educação e Ciência, que se vem sentindo anualmente desde 2009, bem como a não transferência das verbas correspondentes a contratos programas com a autarquia de anos passados.

Em geral por todo o país e também no Algarve, a política de conservação e valorização de património é o reflexo dos efeitos de uma política de desfiguração do Estado que se traduz no abandono do património e na gradual incapacitação das estruturas, nomeadamente dos museus, para o cumprimento da sua missão fundamental.

É necessária uma política de valorização e investimento no Ensino Especializado da Música e da Dança, em articulação com os conservatórios regionais, verdadeiros promotores da democratização do acesso à criação e fruição artística. Da mesma forma, é urgente o reforço do papel do Estado, diretamente ou através das autarquias, na conservação e valorização do património cultural do país.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

PAULO SÁ VISITA LAGOS



PAULO SÁ, DEPUTADO DO PCP PELO ALGARVE,
                                  VISITOU LAGOS

                           NO APOIO A UMA  JUSTA TRIBUTAÇÃO DOS
                        MICRO E PEQUENOS PRODUTORES AGRÍCOLAS  

  No sábado, dia 30 de Novembro, o deputado do PCP pelo Algarve Paulo Sá, acompanhado por militantes e simpatizantes do PCP, visitou o mercado semanal de levante de pequenos produtores agrícolas em Lagos, informando-se diretamente junto dos vendedores acerca dos problemas criados pelo governo.

  A obrigatoriedade de registo nas Finanças e a emissão de faturas para todas as vendas dos produtores agrícolas, cujo rendimento anual bruto não seja superior a 10 mil euros, estão a provocar protestos e uma enorme indignação destes agricultores e a exigência que sejam imediatamente suspensas.

  A aplicação desta legislação irá inviabilizar a continuidade deste mercado, que, além da importância no abastecimento local de produtos frescos de qualidade, é fundamental para os recursos económicos destes agricultores, e um importante fator socio/cultural, de desenvolvimento da agricultura familiar tradicional e ecológica, e da promoção turística do Município.

  Paulo Sá tomou conhecimento das iniciativas destes agricultores junto da Assembleia e Câmara Municipal, e do abaixo-assinado, que se encontra em divulgação, de exigência de revogação desta legislação, e que pretendem alargar a outras situações semelhantes do Algarve.

  Paulo Sá informou das iniciativas já tomadas neste mesmo sentido ao nível da Assembleia da Republica pelo grupo parlamentar do PCP, incluindo nova Proposta de Resolução, que aguarda debate e votação pelos deputados.

  Igualmente fez apelo à participação dos cidadãos no apoio e solidariedade para com estas justas reivindicações dos pequenos agricultores, e para  assinatura da petição, para faze-la chegar à Assembleia da Republica.

Lagos, 2.dez.2013
A Comissão Concelhia de Lagos do PCP

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

CARTA ABERTA SOBRE A PONTE D.MARIA II



CARTA ABERTA SOBRE A PONTE D.MARIA II, EM LAGOS              
           No estudo de uma estrutura, o engenheiro entra com 20% de técnica, e 80% de cultura
                                                                                                  Edgar Cardoso, engenheiro civil
   
                                               

A ponte de D.Maria II em Lagos, é elemento decisivo para o equilíbrio da estrutura urbana da cidade de hoje, e tem um papel fundamental entre o seu mais rico património histórico e de memória.

A CDU, consciente desta indesmentível realidade, quer urbanística, quer cultural, entende que, em nome da transparência democrática na vida da cidade, a situação actual exige que a população esteja informada do caminho para a correcta solução a dar à ponte, para hoje e para o futuro.

De origens remontando a uma data imprecisa, talvez que da Antiguidade, a ponte D.Maria II, constituída por 12 arcos de volta perfeita, em alvenaria, fez parte da EN125 como a única ligação, com uma só faixa de transito, entre as duas margens da Ribeira de Bensafrim, e portanto também único acesso de Lagos para a Meia Praia.  As diferenças de amplitude entre arcos da ponte, devem-se a sucessívas reconstruções parciais, por destruições devidas a terramotos e enxurradas, já aparecendo como arruinada na planta da Baía de Lagos de 1794.

No final da década de 1950, o tabuleiro original foi demolido e alargado para duas faixas de rodagem, com uma laje de betão armado sobreposta na arcaria de alvenaria. O erro técnico de simplesmente apoiar uma estrutura de material dinâmico num suporte de material inerte, aliou-se ao erro cultural de descaracterizar um importante elemento do património histórico de Lagos.

Aquele erro técnico, agravado com o transito pesado de 5 décadas, provocou o hoje visível risco de eminente ruina de alguns arcos, e a ponte foi encerrada ao tráfego, pedestre e de veículos, por parecer do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

A indispensabilidade de eliminar o erro técnico que esteve na raiz do encerramento da ponte, cria a oportunidade de reparar o erro cultural, pois que em termos de gestão do território, e neste caso com perspectiva urbanística, quando uma ponte já não satisfaz a sua função, alia-se a técnica à cultura, e constrói-se outra.

Para apoiar este argumento, não seriam precisos outras razões além do bom senso e da boa gestão. No entanto, vejamos que, com problemas exactamente identicos de retirada de estradas nacionais de pontes que já não satisfaziam, construíram-se novas pontes em Silves, em Portimão, em Tavira, substituindo as pontes existentes, que se mantiveram para outras funções e foram até valorizadas como património histórico. Mesmo a outra escala, em Lisboa, no Porto, em Coimbra, como aliás por todo o mundo, casos similares foram resolvidos com novas pontes.

Sem rigorosamente nenhum prejuízo de caracter técnico rodoviário, e com todas as imensas vantagens de caracter cultural e de responsabilidade perante o futuro, também Lagos tem óptima solução para o seu problema.

A CDU considera que essa solução será, muito simplesmente, construir uma nova ponte do lado poente do Pingo Doce, desviando o arruamento ali existente, para o ligar ao arruamento existente na margem direita, até junto do nó da rotunda do barco.

A ligação rodoviária com a Meia Praia ficará, na prática, em tudo idêntica à que está interrompida. Ficará ainda proporcionado o acesso directo da margem esquerda ao Complexo Desportivo.

Ao mesmo tempo, assim se enriquecerá Lagos com a recuperação da valiosa originalidade patrimonial da ponte de antes de 1950, destinando-a exclusivamente para transito pedestre, portanto sem os custos das exigências técnicas para admitir cargas pesadas. Da mesma maneira, ficarão satisfeitos todos os interesses envolvidos, públicos e privados, urbanísticos, culturais, comerciais.

Perder esta oportunidade, será um imperdoável crime urbanístico/cultural, se porventura se insistisse em manter todos os erros que na obra dos anos 50 do século XX, e inacreditavelmente repetidos no Plano de Urbanização de Lagos de 2008, incidiram sobre o património histórico e de memória que é a ponte de D.Maria II, na autenticidade da sua antiga forma.

Em contrapartida, a nova ponte, dos dias de hoje, será um contributo inestimável, tanto como expressão da técnica e da cultura da nossa época, como na estruturação harmoniosa do futuro de Lagos.

A CDU vê este caso como de extrema urgência, o que, não querendo dizer precipitação, significa que merece amplo debate público abrangendo a população, os saberes técnicos, os valores culturais e os interesses abrangidos.

Por isso, a CDU divulga esta Carta Aberta.

Lagos, Outubro.2013
A CDU de Lagos

 
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